2007-09-29

perguntas e respostas sobre o tgv em aljubarrota

Um dos elementos da assembleia municipal de Prazeres de Aljubarrota, Jorge Alves, bastante preocupado com a leitura que fez, quer dos mapas de traçado do TGV, quer pela leitura de 150 páginas do estudo de impacto ambiental deste projecto, questinou a RAVE, SA sobre alguns aspectos necessários ao esclarecimento das populações.
com sua autorização, passo a reproduzir as perguntas do Jorge e as respectivas respostas da RAVE:

1- qual o espaço em metros da largura de implantação da via?
R: o espaço para implantação da via é de 14 metros. no entanto, estima-se que a largura média de ocupação, entre vedações, seja de cerca de 40 metros, variável em função do desnivel entre a cota do terreno natural e a cota da plataforma a construir
2- qual irá ser a distância de segurança, independentemente do traçado escolhido, a partir da via?
R:o decreto-lei nº 276/2003, de 4 de novembro, estabelece as servidões e as restrições a que estão sujeitos os proprietários dos prédios confinantes do caminho-de-ferro ou seus vizinhos, nomeadamente, áreas non aedificandi que para linhas de veloci~dade de velocidade elevada, igual ou superior a 220 km/h, não poderão ser inferiores a 25m para além do limite do caminho-de-ferro. embora ainda não exista legislação para linhas de alta velocidade, admite-se que o valor indicado se possa manter

3- a quantos metros irá ficar a rede de protecção ao TGV, a partir da linha?
R: respondido no ponto 1
4- dentro da zona de segurança podem ficar as casas existentes e se serão impedidads novas construções?
R: na área non aedificandi, em geral, poderão manter-se as construções existentes, mas não serão permitidas novas construções
5- qual o raio no qual se estima ser a zona afectada a quando da construção da linha?
R: a zona afectada, a quando da construção da linha, deverá ser pouco superior à zona de ocupação a menos dos caminhos de acesso e das áreas destinadas a estaleiro ou depósito de materiais


Mais uma vez se pede à população de Aljubarrota o favor de se dirigir a qualquer das juntas de freguesia para ser informado sobre a forma de protesto a este projecto imposto por aqueles que só podem estar a tomar estas medidas e a aprovar este projectos por não conhecerem nem a zona nem o impacto negativo que este pode vir a ter nas nossas vidas futuras

TVG a destruir a vida das gentes de Aljubarrota

Até hoje, ainda não me tinha pronunciado sobre o TGV e sobre as linhas de passagem deste por Alcobaça.
Isto deve-se ao facto de, tal como a maior parte da população do concelho, não estar informada o suficiente, quer sobre os traçados possiveis, quer sobre os impactos negativos que isso iria ter para o nosso concelho e, em particular para as gentes de Aljubarrota.
Agora estou!

Meus amigos
Não sou filha de Aljubarrota mas adoptei-a e creio que, de alguma forma, esta terra também me adoptou e isso, dá-me legitimidade para defender as suas causas e dar, aqui, voz a centenas de pessoas que serão afectadas pela ambição cega de sair da cauda da Europa e de mostrar, lá fora, o que não conseguem mostrar cá dentro.

Vamos ser sérios e pensar no nosso país em primeiro lugar e deixar para segundo plano a "tentativa de ficar bem na fotografia da Europa".

Antes de vos dizer as razões que me levam a ser contra TODO E QUALQUER TRAÇADO que passe por Aljubarrota, deixem que vos lembre o seguinte: Aljubarrota e Alcobaça, em momentos dificeis e decisivos da nossa história, foi forte o suficiente para lutar pelos seus direitos e por Portugal - É HORA DE MOSTRAR QUE AINDA O SOMOS!

Ainda está na nossa mão, até ao dia 3 de outubro, mostrarmos a nossa discordância em relação à passagem do TGV nas nossas terras, nos traçados que nos foram impostos.
Tal como fizeram as nossas juntas de freguesia e hoje, a assembleia de freguesia de Prazeres de Aljubarrota (a assembleia da junta de S. Vicente só se realiza amanhã e do resultado desta, também vos darei conhecimento, em primeira mão), também nós podemos fazer alguma coisa por Alcobaça em geral e, por Aljubarrota em particular: mostrar por escrito, as razões da vossa indignação e discordância do projecto.

Posto isto, passo a enumerar alguns dos problemas que podem advir da passagem do TGV pelas nossas freguesias de Aljubarrota:
  • Muitas casas da Lagoa do Cão, Olheiros, Ataijas, Cadoiço, Casais de S. Teresa, Carvalhal, Casal do Rei, Moleanos, etc vão ser destruidas ou afectadas



  • vão ser expropriadas (e decerto nunca pelo justo valor) casas e terrenos a 90 m da passagem do tvg



  • as grutas históricas do carvalhal de aljubarrota vão estar em perigo e vamos deixar de poder estudar mais sobre a história , não só de Aljubarrota, mas da própria humanidade



  • a centenária capela de s. joão baptista, uma das mais antigas do país e classificada como património nacional vai sucumbir face ás escavações



  • zonas verdes, aves migratórias e o coração de oxigénio das nossas freguesias vão ser destruidas



  • a radiação vai acelerar problemas cancerigenos nas nossas populações



  • o impacto sonoro vai afectar até 150m da via



  • na Lagoa do Cão o tvg vai atravessar a única parte onde era possivel contruir ( a restante estava em pdm)



  • a economia da região, que se baseia em 80% (nada importante, pois não?), e que diz respeitoà extracção de pedra vai ser afectada



  • O concelho vai ficar dividido em 2



  • Quase 70% dos casais de S. Teresa vão ser destruidos

e mais irei divulgando sobre as razões que me levam a estar contra a passagem deste desnecessário investimento, consoante as informações técnicas me forem chegando.

Mas, não quero deixar de vos colocar algumas questões sobre o assunto, para irem pensando:

  • vale a pena fecharem-se escolas e maternidades por falta de verba para, depois, se gastar tanto dinheiro num transporte de alta velocidade?
  • a quem serve este tipo de transporte?
  • que lobbies estamos nós a ajudar?
  • vocês que passaram uma vida inteira a juntar um dinheirinho para, com suor, lágrimas e sofrimento, terem uma casita ou um pequeno terreno, vão deixar que, alguns senhores, com o rabo bem sentado numa cadeira do poder, vos tirem tudo o que vos custou a ganhar?

Meus amigos

se este meu artigo, vos chegou às vossas casa e vos indignou (como me indignou a mim e, note-se - a minha casa não é afectada!), então, por favor, dirijam-se à vossa junta de freguesia e lá, terão todas as informações que vos permitem lutar contra esta injustiça.

façam-no já na próxima segunda-feira, não deixem de lutar pelo que é vosso, ou... do vosso vizinho!

Não baixem os braços! Mostrem que PODEMOS REPETIR A HISTÓRIA DA PADEIRA DE ALJUBARROTA - TEMOS A FORÇA DA RAZÃO E NINGUÉM NOS PODE VENCER!


Vou deixar-vos com algumas imagens do Vale do Mogo (que retirei do blog http://ambialcobaca.blogspot.com/ ), onde Valdemar Rodrigues (Ph.D. em Engenharia do Ambiente (FCT/UNL);M.Sc em Ecologia, Gestão e Modelação dos Recursos Marinhos (IST/UTL);Engenheiro do Ambiente (OE nº 36575).) refere que a ribeira do Vale do Mogo como "um ecossistema tipicamente mediterrânico, único e de um enorme valor ecológico em termos de flora e fauna."









Inauguração do posto de atendimento dos Ctt em Aljubarrota 20 Maio 2008

Homenagem a Luis da Graça

Inauguração da estátua do cabouqueiro