A passagem do TGV pelo nosso concelho irá provocar imensos problemas de carácter social, económico, patrimonial e histórico.
Talvez seja tempo de vos dizer que existe um estudo de impacto ambiental, de cerca de 150 páginas, onde podemos encontrar alguns “pormenores” que a RAVE recebeu do Instituto do ambiente e Desenvolvimento, de entre os quais destaco algumas passagens:
- “O ruído constitui um dos factores de qualidade ambiental em que o projecto terá um impacto negativo. Efectivamente, os cálculos efectuados (…) apontam para um aumento dos custos externos na categoria ruído associado ao CAV. (…) Identifica-se como principal condicionante existente, a densidade populacional presente no corredor do CAV.
- Em 1990, (…) os traçados analisados apresentavam, ainda, potenciais implicações ambientais referentes aos aspectos ecológicos, hidrogeologicos e geotécnicos
- Os efeitos aqui analisados são considerados permanentes, uma vez que a perturbação dos mesmos se faz sentir durante todo o tempo de vida do projecto.
- É admissível que a região metropolitana de Lisboa se estenda desde Leiria a Setúbal, embora arcada por descontinuidades que se podem admitir ser resultantes de acidentes naturais (Serra d’Aire e Candeeiros e Vale do Tejo)”
Ora estas não são palavras minhas, fazem parte do estudo que acima referi mas, o estudo ainda nos diz mais:
“Tendo em linha de conta a análise da dinâmica urbana e territorial prevê-se que o efeito barreira do traçado irá provocar consequências negativas nos núcleos urbanos atravessados marginalmente relativamente aos seguintes aspectos:
- Alterações na estrutura do território, menores condições de atracção e de investimento
- Situações de estagnação/decréscimo populacional
- Aumento de desequilíbrios entre os núcleos atravessados marginalmente e os núcleos servidos pelas estações
Síntese:
1. Separação de núcleos urbanos consolidados, com alterações na dinâmica urbana e social existente, além de eventuais desequilíbrios funcionais
2. Fragmentação do território com as seguintes consequências: isolamento de núcleos existentes ou alteração das actuais dinâmicas de expansão urbana.
3. O atravessamento ou a proximidade da linha de alta velocidade às áreas classificadas poderá colocar em causa a susceptibilidade dos valores naturais (…) inviabilizando o objectivo que as norteia.
4. (…) Há que ter em atenção as questões ligadas à fragmentação do habitat.
5. A fragmentação do habitat é um aspecto a ter em conta sobretudo como efeito cumulativo.
6. O efeito barreira provocado por uma infra-estrutura de transporte linear limita a deslocação das espécies no território conduzindo à diminuição da diversidade genética das comunidades que ficam isoladas (função dos problemas de consanguinidade) o que terá reflexos a nível da biodiversidade, alem de outros efeitos indirectos como o ruído
Meus amigos, é isto que queremos para Alcobaça? Porque é que isto não nos foi dito antes? Terá de ser Alcobaça, mais uma vez massacrada em prol da imposição de alguns sobre a nossa qualidade de vida?
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