Embora com menos tendas do que no ano anterior e com a pouca presença de artesãos da vila, a festa decorreu sem incidentes e com grande afluência de público (diz a câmara que lá estiveram cerca de 50 000 pessoas - devem ter usado lentes de aumentar, decerto!).
Eram diversas as barraquinhas com artigos em madeira alusivos à época, cestaria, cartomancia, a maçã de Alcobaça, as grinaldas, o pão quente, as peles e pedras.
Também não posso esquecer o serviço prestado pelas bancas da misericórdia de Aljubarrota com repastos muito saborosos, porco assado no espeto, sopa de peixe, as filhoses e um atendimento simpático.
Mas devo realçar que, embora existissem mais eventos (e que até foram, do ponto de vista cultural, bastante educativos) a feira medieval, este ano, não teve, por um lado, nem a aderência de tantas tendas como em 2004 ou 2005, nem a afluência de público dos mesmos anos.
Talvez porque, para além de não se estimular os habitantes e comerciantes da zona, ainda se faça questão de não os ter a participar.
Até parece que, esta feira, se está a tornar uma festa particular! È pena! Os que lutam por ela durante o ano todo mereciam mais atenção e mais incentivos, mas não!...
mas devo, acima de tudo, ser imparcial, então aqui vai:
esta é apenas uma reflexão sobre a festa medieval de uma terra que eu adoptei por tanto gostar de lá viver e fazer a minha vida e nada tem de critica destrutiva, até pelo contrário, acho que ao criticar, estou a contribuir para se fazer mais e melhor. Aljubarrota merece o melhor!
em 2004 a feira medieval foi um sucesso. Claro que havia muita coisa para melhorar, mas o importante é que a população aderiu e orgulhou-se do que foi feito e deu valor ao trabalho desenvolvido.
em 2005 a câmara quis mais. no entanto, esqueceu o mais elementar: cativar a população e tentar que todos participassem. foi um erro!
No entanto, até nos podiamos ter esquecido desse facto se, em 2006, tivessem tido a humildade de reconhecer que nem tudo tinha funcionado bem. mas não! a arrogância manteve-se e, até piorou.
começou por terem pedido uma caução para ter comércio na feira. ora quem trabalha durante todo o ano em Aljubarrota, pagando os seus impostos, não está para "aturar" as manias da câmara.
até trabalhamos de graça em prol da terra, mas... ter de pagar para divulgar a nossa terra, já nos parece demais!
depois faz-se uma ceia medieval (que aliás esteve às moscas) como se pode ver nas fotos que irei colocar à vossa disposição) e foi pedida a quantia de 25€.
num tempo de crise, os mais pobres não podem pagar tal valor porque não o têm. Assim, ficou o evento para os vips e para os que, afortunadamente, ou eram convidados e não pagavem, ou eram abastados e podiam suportar tal "luxo" - não me parece que tenha corrido bem!
ainda houve o facto de o senhor presidente da câmara não ter aparecido na festa, nem para lhe dar inicio, nem para a encerrar.
Ora acredito que tenha direito a férias, mas num evento que pretende divulgar duas das suas freguesias (e ainda por cima as mais históricas), parece que poderia ter sido mais presidente e ter aparecido no evento. Desculpe a franqueza, sr presidente, mas foi pouco profissional!
mas não fica por aqui: no encerramento, nem os presidentes das juntas, nem o pelouro da cultura se dignaram comparecer. Valha-me Deus, era um sacrificio assim tão grande?
e a rua que começa na estátua de D. Nuno? Foi esquecida? Pois foi, embora tenha o poço que os castelhanos, durante a batalha entupiram com o intuito de deixar a população sem água e sem mantimentos, embora tenha uma das poucas janelas manuelinas do país, embora tenha a casa onde nasceu e viveu o maior arquitecto de todos os tempos, Eugénio dos Santos - esta rua foi esquecida.
eu sei que estiveram menos de metade das barracas e dos participantes e visitantes em relação a 2005, mas quando isto foi arquitectado, ninguém sabia que ia estar menos gente.
E ainda temos o facto de a câmara e as juntas não terem feito nada para salientar a ausência do dr Casimiro(historiador e amante de Aljubarrota) e de João santos (um dos melhores ceramistas que Alcobaça jamais conheceu) por terem falecido durante o corrente ano.
Foi uma falta imperdoável mas que mostra a ingratidão do pelouro da cultura e a insensibilidade das juntas de freguesia.
já para não falar no facto de, o regulamento da feira mencionar a proibição do uso de telemóveis e a representante do evento andar (à vista de todos) munida de, não 1, mas 2 telemóveis;de haver uma banca de fruta com uma balança do séc XX e de ter as caixas de fornecedores espanhóis á vista; de haver uma quadro com bordado de castelo branco, barracas orientais (desculpem a minha ignorância mas eu pensava que os descobrimentos eram de 1500 d.c.), de se venderem carapaus secos da Nazaré, de haver uma banca com toalhões turcos para banho ( em 1385 o povo tomava banho 1 vez por ano, por altura do aniversário do seu rei e senhor e limpava-se a trapos de pano crú).
se era para serem tão rigorosos que na terra da padeira não se podiam vender produtos de divulgação da mesma (por não serem medievais), então porque é que estes casos foram permitidos? eram pessoas que tinham padrinhos(uma das bancas era de uma funcionária do pelouro da cultura da câmara municipal)? - decerto! porque senão, seriam perseguidos e convidados (subtilmente, é claro) a não participarem, ou, até mesmo, a a serem arranjados subterfugios para não estarem presentes em alturas cruciais da festa.
não me peçam para ser politicamente correcta, porque eu sou do povo e, desde 25 de Abril de 1974 que tenho o direito de dar a minha opinião livremente.
desculpem os politicos, mas eu, embora instruida, não tenho o dom de dizer apenas o que eles achavam que deveria ser dito e, não é agora, 42 anos depois de ter nascido, que alguém me vai calar , quando eu acho que tenho razão.
Sou, aliás, tão democrática que permito comentários no meu blog. Se não concordam comigo, por favor, insiram comentários. Eu não apago nenhum comentário que seja feito e reflito sobre eles.
Mas, por muito que tentem, não me calam! Se Deus me deu o dom da palavra e da escrita, é para eu utilizar!
sejam humildes e recebam as criticas como construtivas!
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